1º Ano Ensino Médio - Filosofia. Trabalho de compensação de ausências - Quarto Bimestre.

13/11/2013 15:13

Trabalho de compensação de ausências
1º Ano Ensino Médio - Filosofia

 

Baseando-se nos textos abaixo, responda:

 

 

1- Qual a diferença entre o entendimento que temos hoje da palavra democracia e o entendimento desta mesma palavra na Antiguidade Grega à época de Platão?

2- Qual o papel da propriedade de terras e bens materiais para o tipo de Estado que se organiza na Grécia à época de Platão?

3- Qual era a classe que deveria governar a cidade, segundo Platão? Por quê?

4- Qual é o desempenho da educação em nossa cidade? Ela é capaz de oferecer à sociedade pessoas críticas e preparadas para o exercício democrático?

5- Nossos governantes são sábios? Por quê?

6- Explique a ideia de Pacto Social do filósofo Thomas Hobbes.

7- Elabore um texto especificando o que você pensa sobre a ideia de Pacto Social.

 

 

Observações:

 

O trabalho deve ser acompanhado de capa onde deve constar os itens:

  • Nome da Escola.

  • Título do trabalho “Trabalho de compensação de ausências.

  • Disciplina.

  • Professor.

  • Nome.

  • Número do Aluno.

  • Mês e ano

  • Exemplo:

 

  • O trabalho não precisa ser impresso.

  • Não entregue o trabalho dobrado – ele não é portátil!

  • Não aceitarei cópia de texto. As respostas devem ser obtidas a partir da interpretação do texto.

  • O trabalho somente será aceito na data especificada na folha oficial fornecida pela coordenação

 

O ESTADO

 
O Estado precede o indivíduo

 

 

De forma resumida, podemos dizer que a sociedade grega do século IV a.C., em que Platão vivia, era dividida entre homens livres proprietários de terras, homens livres artesãos e sem propriedades agrícolas, e escravos (pessoas que, por não terem como pagar suas dívidas, acabavam se tornando escravas de seus credores, ou estrangeiros derrotados nas guerras que, tendo suas vidas poupadas pelos vencedores, entregavam-nas a eles). A principal determinação das condições sociais provinha da relação com a propriedade de terras no momento do nascimento. Os proprietários de terra eram considerados livres e cidadãos, isto é, com direitos políticos.

Na Grécia Antiga, havia uma concepção de democracia específica e que apresentava algumas diferenças em relação à concepção que conhecemos no século XXI. Democracia significava o poder do povo, tal como entendemos hoje, porém, na Antiguidade Grega, constituíam o povo apenas os proprietários de terra e os grandes comerciantes em algumas cidades-Estado. E foi contra isso que Platão dirigiu seu pensamento, propondo repensar a política de forma que o poder não fosse dado pelo nascimento e que, em vez da manutenção da corrupção, fosse praticada a justiça. Para Platão, assim como o homem tem uma alma dividida em três partes, a cidade também deveria ser tripartida, conforme funções bem definidas, para as quais os indivíduos fossem escolhidos pelas suas capacidades, surgidas no processo de educação. Segundo o filósofo, as três partes da alma eram as seguintes:

1. Parte racional: responsável pelo uso da razão dos homens.

2. Partes irracionais:

a) irascível: responsável pelos impulsos e afetos.

b) concupiscente: responsável pelas necessidades básicas.

 

Comparando a alma à cidade, Platão produziu um pensamento organicista, isto é, procurou entender a política e a sociedade como se fossem organismos vivos. Quanto às funções específicas de cada parte da alma e sua equivalência com a organização da cidade, é possível apresentá-las de forma esquematizada:

 

As classes sociais irracionais, ainda que constituíssem a maioria da população, deveriam submeter-se à classe social racional, o menor grupo. Nesse sentido, tornava-se imperativo rejeitar a vontade individual por um bem maior, de natureza política. O Estado, então, seria o responsável para que tudo ocorresse de maneira saudável, respondendo pela organização da sociedade.

Os magistrados (juízes) e os governantes seriam escolhidos para esses cargos segundo sua capacidade racional e sua sabedoria. Os guerreiros seriam encontrados entre os que tinham coragem e força. Finalmente, os trabalhadores gerais estariam entre as pessoas temperantes, isto é, moderadas, que refreiam os próprios desejos.

Cada classe seria constituída por meio da educação e não mais – como se fazia na prática – pelo nascimento. Platão observou que os ricos se mantinham ricos e poderosos, pois podiam pagar pela educação oferecida pelos sofistas, filósofos que prestavam serviços remunerados como professores, para parecerem sábios e conseguirem seus altos cargos, independentemente de ser ou não sábios.

 

Nota:

A Grécia Antiga constituiu-se por cidades-Estado autogovernadas e autônomas. Nem todas instauraram a democracia nesse período, Atenas destacou-se pelo desenvolvimento da democracia, entretanto, cidades como Esparta não se organizavam democraticamente.

 

 

O pacto social

 

Para Hobbes, existem dois bens fundamentais: o primeiro consiste na vida e sua conservação, e o segundo afirma que todos os valores são convencionais, isto é, não existem valores naturais; tudo é

 

convenção social.

 

Da conservação da vida deriva uma coluna central: o egoísmo; e da ideia de que não há valores naturais cria-se a segunda coluna: tudo pode ser convencionado. São essas duas colunas que sustentam toda a política.

 

Diferentemente dos animais, os homens determinam o que pertence a cada indivíduo, experimentam ciúmes, ódios, invejas e toda espécie de rivalidade. Além disso, observam os defeitos dos outros, usam palavras, criticam-se uns aos outros e, para chegar a algum consenso, precisam inventar normas.

 

Devido ao egoísmo, todos os homens lutam contra todos, ou – conforme a máxima que Hobbes extraiu de Plauto – “o homem é o lobo do homem”. Essa citação indica a ideia de que, na natureza, os seres humanos estão sempre em guerra com eles mesmos. No entanto, se os homens vivem em guerra constante, cada um sobrevive com risco de perder a própria vida.

 

Como evitar a guerra de todos contra todos?

 

Para Hobbes, a guerra de todos contra todos, além de pôr em risco o bem primário da vida, destrói

 

tudo o que o homem constrói. A solução dada pelo filósofo consiste no uso de alguns instintos, para

 

evitar a guerra, e da razão, como instrumento para realizar a vida. Pelo uso da razão, é possível desco-

 

brir as leis gerais para proteger a vida, a chamada Lei da Natureza.

 

Hobbes enumerou 19 leis naturais. Essas leis são consideradas naturais porque derivam do uso

 

direto da razão. As três primeiras são centrais, e podem ser assim resumidas:

 

1. Todos devem se esforçar pela paz.

 

2. Renunciar ao direito de fazer tudo o que se quiser, para fazer apenas aquilo que se quer que os outros

 

nos façam.

 

3. Manter os acordos feitos; essa é a verdadeira justiça.

 

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As outras leis derivam dessas três primeiras, correspondendo, resumidamente, ao seguinte:

 

4. Retribuir todo o bem que fazem a você; essa é a verdadeira gratidão.

 

5. Adaptar-se aos outros é a única forma de construir a paz; cada um é um tijolo nessa construção.

 

6. Perdoar os arrependidos, porque o perdão é a garantia da paz.

 

7. Quando alguém faz um mal, a punição deve ser pensada em vista do futuro, e não apenas como

 

vingança por algo que aconteceu no passado.

 

8. Não declarar ou demonstrar seu ódio ou desprezo pelo outros, porque todos são iguais.

 

9. Reconhecer a igualdade dos outros.

 

10. Os direitos a que cada um aspira devem ser concedidos aos outros. Afinal, quem quer ter menos

 

direitos?

 

11. Quando necessitar julgar algum assunto, trate todas as partes com igualdade.

 

12. As coisas em comum devem ser usadas igualitariamente.

 

13. O que não pode ser dividido deve ser sorteado.

 

14. Os primogênitos têm o privilégio sobre as coisas que não podem ser divididas.

 

15. Quem media a paz não pode ser preso ou subjugado (salvo-conduto).

 

16. Em caso de conflito, procure um juiz.

 

17. Ninguém pode ser juiz em causa própria.

 

18. Ninguém pode ser juiz quando seus interesses estão em jogo.

 

19. O juiz deve ouvir o maior número possível de testemunhas.

 

Resumo dos capítulos XIV e XV de: HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Tra-

 
dução João P. Monteiro e Maria B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1983. (Os Pensadores).