Avaliação de Filosofia 2º ano -Ensino Médio

17/11/2015 23:24

A sujeição - Michel Foucault

Somos frutos apenas das nossas ideias, das nossas vontades?

De acordo com o filósofo Michel Foucault, a maneira como nos vemos não procede de nossa natureza, nem de uma essência pessoal; ela vem de fora, de práticas que criam sujeitos – a sujeição. Nós nos constituímos não apenas por palavras, mas por ações fundidas a palavras, que, de modo geral, vêm ditadas pela sociedade, ou melhor pelas instituições.
Para Foucault, nós não somos fruto de teorias, somos fruto de práticas, ainda que algumas teorias nos influenciem. Por exemplo, seria possível existir um dançarino que nunca dançou ou um pintor que nada pinta? A resposta seria que são nossas práticas que nos constituem, e não a natureza.
Mas de quais práticas estaria falando o filósofo? De onde elas vieram? Foucault fala das práticas disciplinares que vieram das instituições modernas, principalmente a partir do século XVIII, como as prisões, os hospitais, os quartéis, as fábricas e as escolas; sim, as escolas etc.
Dessa forma, de acordo com Michel Foucault, os indivíduos são controlados não mais pelo macropoder, mas pelos micropoderes. Estes são mais eficazes, pois ao dividir entre as “pequenas autoridades” o controle sobre indivíduos, escondeu, em parte, a intenção de moldá-los e controlá-los.
Tais práticas de adestramento é efetuada nas sociedades modernas através do controle dos corpos dos indivíduos que é feita a partir do ideal de distribuição, que consiste em controlar um indivíduo, colocando-o em um lugar escolhido pelo poder vigente. Assim, separa-se os indivíduos em salas, seções, distritos, etc. A outra forma de transformar os indivíduos por meio dos corpos consiste em controlar o seu tempo. Para conseguir um bom adestramento, foi preciso lançar mão de alguns recursos e procedimentos, tais como estabelecer horários para entrada, intervalo, atividades específicas e saída nas instituições modernas.
Assim, de acordo como Foucault, a consecução do controle dos indivíduos somente é possível se for estabelecido as práticas de Vigiar e Punir:
Vigilância – é preciso que alguém fique observando a atividade, o corpo, o uso do tempo. Dessa maneira, será possível corrigir ou punir.

A indústria Cultural – Theodor Adorno e Max Horkheimer

 

De acordo com Adorno e Horkheimer, nas sociedades contemporâneas vivemos na era da massificação social, onde tudo é padronizado. Este padrão teria se iniciado em função da razão iluminista que, a princípio visava a independência dos indivíduos e o progresso social, mas terminou por levar a uma crescente dominação das pessoas, em virtude justamente do desenvolvimento tecnico-industrial. Dessa forma, ao invés de sujeitos críticos (razão crítica), as sociedades atuais baseiam-se no uso da razão instrumental, ou seja, as pessoas atualmente optam apenas pela funcionamento das coisas, ao invés da assimilação crítica dos seus fundamentos.
Com isto, de acordo com os mencionados filósofos, isto culminou com a cultura de massa que é a industrialização e produção em série de mercadorias culturais, que produzem, por sua vez, individualidades falsas ou pseudoindividualidades.
A razão instrumental, real concretizadora da cultura de massa, está preocupada com os fins que também caracterizam o sistema de exploração capitalista, ou seja, o lucro. Por isso, diante das forças econômicas, os indivíduos acabam reduzidos a zero. Milhões de pessoas são excluídas por categorias de pensamento desenvolvidas a partir do século XIX, como a ideia de que as empresas beneficiam os trabalhadores, mas a maioria deles, ainda hoje, não conseguiu encontrar esses benefícios.

Para que esse sistema histórico-social – que apenas favorece os empregadores – possa continuar intacto, isto é, fortalecido, inventou-se uma maneira muito poderosa de fazer com que as pessoas não usem sua razão crítica para criar sua individualidade, tornando-se verdadeiras cópias de outras pessoas igualmente artificiais.
Assim, a cultura de massa propaga modelos pré-prontos de indivíduos. Estes baseiam-se em manifestações culturais que obedecem antes de tudo às leis de mercado, aos invés dos interesses gerais dos seres humanos. Da mesma forma, a arte que outrora foi a busca do belo, reduziu-se apenas ao maior interesse capitalista, ou seja, o lucro. Nessa concepção de cultura de massa tudo está disponível aos indivíduos, desdes a religiosidade espetaculosa, às personalidades almejadas e emoções desejadas.

 

 

 

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https://www.humanidades.esy.es/Avali_Filosofia_2_ano_Freud_Sartre_Adorno_Hork_II/quiz.htm