Homofobia e futebol: a confusão entre sexualidade e dignidade

01/09/2013 22:39

Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.

Sócrates

 

No dia dezoito de agosto de 2013, uma brincadeira entre amigos demonstrou nacionalmente o quanto a nossa mentalidade está atrasada no que diz respeito ao tema da homossexualidade. Um selinho entre dois amigos, heterossexuais e casados, diante das suas esposas, evidenciou a homofobia latente no futebol. Emerson, o Sheik, atacante de sucesso e campeão mundial pelo Corinthans, foi hostilizado por sua torcida, assim como ridicularizado por seus rivais. Os torcedores, que compareceram ao CT do mencionado clube, pediram a ele uma "atitude de homem", como se a dignidade de um ser humano dependesse apenas da sua sexualidade.


A resposta inicial do jogador corinthiano foi até em bom tom, pois passou pelos argumentos da amizade e da brincadeira. No entanto, posteriormente, tomou a proporção do preconceito que já conhecemos, na medida em que ele teria dito aos torcedores da torcida uniformizada, a Camisa 12, que o pressionava, que não era "Bambi", uma clara alusão às brincadeiras feitas com o rival São Paulo Futebol Clube, preconceituosamente ligado a este tipo de sátiras.


Refletindo: Entre os gritos de parte dos religiosos, que tendem a tentar homogeneizar a sociedade brasileira em torno dos seus dogmas e a esmagadora maioria das pessoas ligadas ao futebol, que heterossualizam este esporte, estão os indivíduos que tratam a homossexualidade com seriedade e respeito, pois a entende não apenas como um fato da natureza, mas como parte integrante da escolha humana. De fato, diante de tudo o que observamos, podemos concluir que a brincadeira entre os amigos não definiu a sexualidade deles, assim como esta não define o caráter de ninguém.

 

Roberto dos Santos - 2013.