1ºAno - Períodos e Áreas da Filosofia

06/06/2020 23:35

Períodos da Filosofia:

 


periTodos os fatos humanos possuem algo em comum: a historicidade. Com tal afirmação pretende-se demonstrar que qualquer assunto que se refere ao homem deve ser pensado a partir das categorias tempo e espaço, ou seja, precisamos sempre nos indagar sobre quando (tempo) e onde (espaço) algo aconteceu. A Filosofia enquadra-se exatamente na categoria de fato humano e, portanto, é também um produto histórico. Assim, ao iniciar os estudos das idéias de um filósofo devemos nos perguntar sobre o lugar em que tal pensador viveu, bem como em que época ele produziu suas reflexões. Exatamente para facilitar a compreensão dessa historicidade inerente ao conhecimento filosófico, foram criados os períodos da filosofia que, a saber, são: Filosofia Antiga, Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea. Vejamos agora algumas especificidades desses períodos.

 

Filosofia Antiga

Iniciou-se no século VI a.C e estendeu-se até o século VII d.C. A filosofia desse período foi desenvolvida nas cidades estados da Grécia Antiga e no Império Romano, chegando inclusive ao norte da África. A Filosofia Antiga desenvolveu-se em duas fases distintas. O primeiro, chamado de naturalista, refere-se ao nascimento da Filosofia com Tales de Mileto. Igualmente aos demais pré-socráticos, Tales estudou a physis (natureza) em busca de uma explicação para a origem do universo. Este filósofo acreditava na existência de uma elemento primordial, a archè, a partir do qual tudo teria sido gerado. Para Tales a archè seria a água, O conjunto dos filósofos desse período que estudaram a natureza são denominados de naturalistas; A segunda fase das Filosofia Antiga refere-se à abordagem antropológica que Sócrates e os Sofistas começara a desenvolver. Estes adotaram uma problemática investigativa na qual o homem ocupava o centro do debate filosófico, ou seja, na fase antropológica os estudos filosóficos se deslocaram da natureza para o homem.

 

 

Filosofia Medieval:

Desenvolveu-se, sobretudo, na Europa entre a cristandade. Alcançou, entretanto, regiões da Ásia com os árabes e com os judeus. A Filosofia desse período iniciou-se em meados do século VIII d.C e estendeu-se ao século XIV. O principal tema abordado pela filosofia desse período foi a relação existente entre a fé e a razão. Isto ocorreu em função da posição hegemônica ocupada pela Igreja Católica após a queda do império Romano, pois esta instituição liderou a ordem dos acontecimentos políticos e religiosos da Europa medieval. Assim, a Filosofia com Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino iniciou um processo de cristianização das idéias dos filósofos gregos antigos como Platão e Aristóteles.

 

Filosofia Moderna:

Iniciou-se no século XV e estendeu-se até a primeira metade do século XVIII. A Filosofia desse período desenvolveu-se principalmente na Europa, embora também tenha alcançado modestamente a América do Norte. Quanto às abordagens, acompanhando o processo de racionalização em detrimento da visão sacra do mundo, a filosofia desse período estudou temas como os sistemas políticos (Nicolau Maquiavel) e os fundamentos do conhecimento, sobretudo, no que diz respeito às ciências empíricas (John Locke, por exemplo). A liberdade do homem frente a religião foi o principal ponto de interesse da Filosofia desse período.

Filosofia Contemporânea:

Iniciou-se a partir da segunda metade do século XVIII e estende-se aos dias atuais. Nesse período a filosofia alcançou praticamente todos os continentes, embora a Europa continue a ser o centro difusor do conhecimento filosófico. A principais preocupações filosóficas desse período giram em torno das consequências de duas grandes revoluções, a saber, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Assim, a filosofia desse período dedicou-se, e dedica-se, ao estudo do processo de exploração do homem nas sociedades capitalistas; o impacto das evoluções das ciências e dos métodos científicos; e a dinâmica da vida social contemporânea, sobretudo, no que diz respeito ao imaginário do homem atual, etc.

 

 

Áreas da Filosofia

 

Podemos considerar a filosofia como sendo a mãe de todas as áreas de estudos, uma vez que quase todos os campos eram objeto de inquisição e reflexão dos primeiros filósofos. Por isso, podemos encontrar em seus escritos, principalmente durante o período da Grécia Clássica, preocupações e dissertações em Medicina, Física, Matemática, Política, História, Teologia, Psicologia, Astronomia e outras. Claro que nessa época estas divisões de áreas de estudo eram bem diferentes das atuais, e a maioria delas nem sequer eram denominadas por estes termos. Com o desenvolvimento do conhecimento humano, os diversos campos foram sendo delimitados, se tornando foco de uma área específica. Com base na visão atual dos assuntos que se referem à área de atuação da filosofia, podemos citar:

 

Metafísica: Da junção de duas palavras gregas – Meta (depois, além de) e Physis (natureza ou física), se refere ao estudo das causas e princípios das coisas. Chamada de filosofia primeira por Aristóteles, busca a essência de tudo, a causa principal e inicial do homem, do mundo e do universo. Seu principal ramo é o que chamamos de Ontologia, que é a investigação sobre as categorias básicas do ser (o Ser enquanto Ser), mas temos também como ramo da metafísica, a cosmologia. Podemos dizer que de certa forma, foi deste campo filosófico que surgiram os conceitos teológicos e a organização desta campo, como hoje se apresenta. Se você quiser buscar a essência de tudo, o primeiro por que, a metafísica é seu campo de estudo.

 

Lógica: “a disciplina que privilegia o estudo de conjuntos coerentes de enunciados (diz-se que um conjunto de enunciados é coerente, se existe alguma situação possível que torne verdadeiros simultaneamente todos os enunciados de um conjunto)” (Abbagnano, Nicola). Tendo sua denominação sido derivada da palavra grega ‘Logos”, significa razão, palavra, e podemos dizer que é a ciência que rege as leis do pensamento, de modo a demonstrar a verdade. Dentro da filosofia, sua preocupação está no aspecto formal de um raciocínio ou argumento, avaliando se este é válido ou não.

 

Estética: Ramo da filosofia que investiga a criação e a produção artística. Do grego aisthésis

(percepção ou sensação), tenta estudar a natureza do Belo, suas características e interação com o ser humano.

 

Epistemologia/Teoria do Conhecimento: Estuda as origens, causas, métodos utilizados, e os limites dos mais variados tipos e definições do que consideramos conhecimento. Geralmente chamada de Teoria do Conhecimento, também é conhecida pelo termo Epistemologia, e mais raramente por Gnoseologia. O problema central deste campo é a realidade das coisas, e apoia-se em dois pressupostos filosóficos: 1. O conhecimento é uma “categoria” do espírito, uma “forma” da atividade humana que pode ser indagada e universal e em abstrato. 2. O objeto imediato do conhecimento e, como acreditava Descartes, apenas a ideia ou a representação: a ideia é uma entidade mental, existe apenas “dentro” da consciência ou do sujeito que a pensa. (Abbagnano).

 

 

 

 

Ética: Do grego “ethos”, significa comportamento, e é o campo da filosofia que estuda o comportamento do ser humano e o seu valor, sendo considerada a ciência da conduta. De acordo com Abbagnano, existem duas concepções fundamentais desta ciência: 1. A que a considera como ciência do conhecimento para o qual a conduta dos homens deve ser orientada, e dos meios para atingir tal fim, deduzindo tanto o fim quanto os meios da natureza do homem; 2. A que a considera com a ciência do móvel (motor, causa motriz) da conduta humana e procura determinar tal móvel com vistas a dirigir ou disciplinar essa conduta. A ética questiona valores a partir do modo de ser de uma determinada cultura, seu comportamento, suas regras de convivência, e sua forma de julgamento moral.

 

Filosofia da Mente: Ramo da filosofia que estuda a natureza da mente, suas funções, a relação com o corpo, e com a consciência, ou seja, sobre seu modo de ser. É dentro deste campo, que se questiona atualmente, se a consciência, a inteligência, o pensar, é um atributo exclusivo do ser humano, e se podemos ou não aceitar e relacionar estes conceitos com seres artificiais.

 

 

Filosofia da Linguagem: A linguagem é um sistema de símbolos, e o ser humano é o único animal que fala e consegue criar símbolos de uma forma coerente e recorrente utilizando-os como forma de expressão e transmissão de conhecimento. A filosofia neste campo se ocupa da essência e da natureza dos fenômenos linguísticos, buscando a natureza do significado, o uso da linguagem, a compreensão dessa linguagem e a forma de como ela se relaciona com a realidade.

 

 

Filosofia da Ciência: Importante lembrar que ciência, como hoje a conhecemos, teve início por volta dos séculos XVI e XVII da era cristã, a partir do qual definimos ciência como sendo o conhecimento racional, sistemático e objetivo dos fatos e fenômenos do mundo. Anteriormente a essa época, muitas das explicações sobre o mundo e o universo, estavam fundamentadas em conceitos míticos e religiosos, com construções teóricas sem um rigor racional e analítico.

A filosofia da ciência atua no campo de buscar o entendimento do método científico, seus fundamentos, suas implicações, a forma de como foi produzido este saber. Não há limitação quanto a interação com o campo respectivo da ciência, abrangendo tanto ciências naturais, como física, biologia, etc, como ciências sociais, tais como psicologia, economia, história... Se relaciona muito profundamente com a epistemologia.

 

Atividade

 

1- Quais são os períodos da Filosofia?

2- Explique as Características do Período Medieval

3- Explique as características do Período Contemporâneo.

4- O que são áreas da Filosofia?

5- Explique as características da Ética.

6- Explique as características da Filosofia Política.

 

 

Questões Dissertativas

Avaliação dissertativa 1ºB

Avaliação dissertativa 1ºD

 
 

Questões objetivas:

1ºB Questões objetivas