Roma: Monarquia, República e Império

03/11/2014 02:32

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Avaliação de História

 

 

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Roma

Aspectos geográficos

 

Localização da cidade romana:

 

→ Sul do continente Europeu: na península Itálica


→Cortado por três grandes rios: Tibre, Arno e Pó.

→ Região insular: Sicília, Sardenha e Córsega

 

 

Ocupação da região onde se formou Roma

 

Entre os principais povos que ocupavam a Itália Antiga, destacam-se os:

• Italiotas - chegaram à península Itálica por volta de 2000 a.C. e ocuparam a Itália central. Esse povo subdividia-se em tribos, como a dos latinos, dos volcos, dos équios, dos úmbrios, dos sabinos, dos saminitas etc.

• Etruscos - chegaram à península Itálica por volta do século VIII a.C. e ocuparam inicialmente a região da Itália central, entre os rios Arno e Tibre. Posteriormente, expandiram seus domínios para o norte (até a planície do rio Pó) e para o sul (até Campânia).

• Gregos - chegaram também por volta do século VIII a.C. com o movimento da colonização grega. Ocuparam a parte sul da Itália diversas colônias, conhecidas em seu conjunto como Magna Grécia.

 

ORIGEM E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

 

 

As pesquisas históricas indicam que o nascimento de Roma está ligado às tribos italiotas dos sabinos e latinos, que se instalaram na região do Lácio. Aí fundaram várias aldeias. Entre elas, Roma. Entretanto, foi somente sob o domínio dos etruscos, em seu movimento de expansão, que a primitiva aldeia romana foi transformada em cidade. Foram os etruscos que instituíram a primeira forma de governo em Roma: a monarquia. A história política de Roma é dividida, tradicionalmente, nos períodos;

- Monarquia (753 - 509 a.C.) - período em que Roma era uma pequena cidade sob a influência dos etruscos.

- República (509 - 27 a.C.) - período durante o qual desenvolveu suas instituições sociais e econômicas e expandiu seu território, tornando-se uma das maiores civilizações do mundo antigo.

- Império (27 a.C. - 476 d.C.) - período em que Roma enfrentou inúmeros problemas internos. A combinação desses problemas levou a civilização romana à decadência.

 

 

A LENDA DA LOBA E OS DOIS GÊNIOS

 

 

  1. Uma antiga lenda, relatada pelo poeta romano Virgílio, conta que Roma foi fundada por dois irmãos gêmeos, Rômulo e Remo. Eles eram netos do rei Numitor, de Alba Longa, cujo trono fora usurpado por Amúlio. De posse do trono, o usurpador ordenou que Rômulo e Remo, recém- nascidos, fossem colocadas dentro de um cesto e lançados nas águas do rio Tibre. Levado pela correnteza, o cesto navegou rio abaixo, encalhando junto ao monte Palatino. Ali os dois irmãos foram encontrados por uma estranha loba, que os amamentou. Posteriormente, um pastor chamado Fautolo acolheu as duas crianças e deu-lhes sua guarda e educação. Quando adultos Rômulo e Remo reconquistaram o trono de Alba Longa para seu avô. Receberam então, permissão par fundar Roma na região onde a loba os havia encontrado. Por ocasião da fundação da cidade, surgiu uma intensa disputa entre os dois irmãos para definir quem reinaria. Rômulo matou Remo passando a reinar na cidade, fundada em 753 a.C. Do nome Rômulo deriva o termo Roma.

 

 

 

MONARQUIA

INÍCIO DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-SOCIAL

 

Por volta do século VII a.C., os etruscos impuseram seu domínio aos italiotas e a aldeia romana tornou-se uma cidade. Ao adquirir características de cidade, Roma iniciou um processo de organização político- social que resultou na Monarquia.

 

POLÍTICA: AS INSTITUIÇÕES

 

Durante a monarquia, Roma foi governada por Rei, Senado e Assembleia Curial. O rei era juiz, chefe militar e religioso. No desempenho de suas funções, submetia-se à fiscalização da Assembleia Curial e do Senado. São conhecidos sete reis romanos: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco (a Antigo), Sérvio Túlio e Tarquínio (o Soberano). Provavelmente deve ter havido muitos outros, porém não há comprovações históricas. Desses reis, os quarto primeiros eram italiotas e os três últimos, etruscos.

O Senado era um conselho formado por cidadãos idosos, responsáveis pela chefia das grandes famílias (genos). As principais funções do Senado eram: propor novas leis e fiscalizar as ações do rei.

A Assembleia Curial compunha-se de cidadãos agrupados em cúrias*. Seus membros eram soldados em condições de servir o exército. A Assembleia tinha como principais funções eleger altos funcionários, aprovar ou rejeitar leis e aclamar o rei.

 

SOCIEDADE: A DIVISÃO DE CLASSES

 

A sociedade romana estava dividida nas seguintes categorias:

• Patrícios - eram os cidadãos romanos, grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar funções públicas no exército, na religião, na justiça, na administração.

Clientes - homens livres que se associavam aos patrícios, prestando-lhes diversos serviços pessoais em troca de auxílio econômico e proteção social.

• Plebeus - homens livres que se dedicavam ao comércio, ao artesanato e ao trabalho agrícola. A plebe representava a maioria da população romana, sendo constituída de imigrantes vindos, sobretudo, de regiões conquistadas pelos romanos. Durante o período monárquico, os plebeus não tinham direitos de cidadãos, isto é, não podiam exercer cargos públicos nem participar da Assembleia Curial.

• Escravos - eram, em sua maioria, prisioneiros de guerra. Trabalhavam nas mais diversas atividades como, serviços domésticos e trabalhos agrícolas. Desempenhavam funções de capatazes, professores, artesãos etc. O escravo era considerado bem material, propriedade do senhor, que tinha de castigá-lo, vendê-lo, alugar seus serviços, decidir sobre sua vida ou morte.

 

PASSAGEM PARA A REPÚBLICA

 

Apesar dos progressos que Roma vinha alcançando com a Monarquia, no reinado de Tranquínio as famílias romanas poderosas (os patrícios) ficaram insatisfeitas com as medidas adotadas por esse rei etrusco em favor dos plebeus. Para controlar diretamente o poder em Roma, os patrícios, que formavam o Senado, rebelaram-se contra o rei, expulsando-o e estabelecendo uma nova organização política: a República.

 

REPÚBLICA

NOVAS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS E EXPANSÃO MILITAR

 

Com a instalação da República os patrícios organizaram uma estrutura social e administrativa que lhes dava o direito de exercer domínio sobre Roma e desfrutar os privilégios do poder. Os patrícios controlavam quase a totalidade dos altos cargos da República. Esses cargos eram exercidos por dois cônsules e outros importantes magistrados. Na chefia da República, os cônsules eram auxiliados pelo Senado, composto por 300 destacados cidadãos romanos. Havia, ainda, a Assembleia dos cidadãos, manobrada pelos ricos patrícios.

 

 

CONFLITOS ENTRE PATRÍCIOS E PLEBEUS

 

Embora os plebeus constituíssem a maioria da população, eles não tinham direito de participar das decisões políticas. Tinham deveres a cumprir: lutar no exército, pagar impostos etc. A segurança de Roma dependia de um exército forte e numeroso. Os plebeus eram indispensáveis na formação do exército, uma vez que constituíam a maior parte da população. Conscientes disso e cansados de tanta exploração os plebeus recusaram-se a servir o exército, o que representou duro golpe na estrutura militar de Roma. Iniciaram lutas para conquistar direitos, como o de participar das decisões políticas, exercer cargos da magistratura ou casar-se com patrícios.

 

CONQUISTAS DA PLEBE

 

Para retomar o serviço militar, os plebeus fizeram várias exigências aos patrícios e conquistaram direitos. Entre eles encontrava-se a criação de um Comício da Plebe, presidido por um tribuno da plebe. A pessoa do tribuno da plebe seria inviolável. Ela teria também poderes especiais para cancelar quaisquer decisões do governo que prejudicassem os interesses da plebe. Outras importantes conquistas obtidas pela plebe foram:

Leis das Doze Tábuas (450 a.C.) - juízes especiais (decênviros) decretariam leis escritas válidas para patrícios, o código escrito para dar as normas, evitando arbitrariedades;

Lei canuléia (445 a.C.) - autoriza o casamento entre patrícios e plebeus. Mas na prática só os plebeus ricos conseguiam casar-se com patrícios;

Eleição dos magistrados plebeus (362 a.C.) - os plebeus lentamente conseguiram ter acesso a diversas magistraturas romanas. Em 336 a.C., elegeu-se o primeiro cônsul, que era a mais alta magistratura;

Proibição da escravidão por dívida - por volta de 336 a.C. foi decretada uma lei que proibia a escravidão de romanos por dívidas (muitos plebeus haviam se tornado escravos dos patrícios por causa de dívidas). Em 326 a.C., a escravidão dos romanos foi definitivamente abolida.

 

REVOLTA DOS ESCRAVOS

 

Na República ocorreram também revoltas escravas. Inconformados com a exploração a que eram submetidos, os escravos organizaram várias revoltas contra as classes dominantes. Entre 136 e 132 a.C., saquearam a Sicília. Mais tarde, em 72 a.C., quase 80 mil escravos, sob a liderança de Espártaco, organizaram um forte exército, que ameaçou o poder de Roma durante quase dois anos. Só em 71 a C., uma força de exército romano, sob o comando de Licíno Crasso, conseguiu vencer o exército de escravos liderado por Espártaco. Após essa vitória, a repressão romana aos escravos rebeldes foi extremamente dura, para servir de exemplo a todos. Mais de seis mil seguidores de Espártaco foram presos e crucificados em diversos locais das estradas romanas. Espártaco, porém, parece ter sido morto em batalha.

 

CONQUISTAS MILITARES E EXPANSÃO TERRITORIAL

 

A luta política entre patrícios e plebeus não chegou a desestabilizar o poder republicano. Prova disso é que a República romana expandiu notavelmente seu território através de várias conquistas militares. As primeiras evidências da expansão militar consistiam no domínio completo da península itálica. Mais tarde tiveram início as guerras contra Cartago (cidade no norte da África), conhecidas como Guerras Púnicas*. Posteriormente veio a expansão pelo mundo antigo.

• Guerras Púnicas (264 - 146 a.C.) - a principal causa das guerras de Roma contra Cartago foi a disputa pelo controle do Mediterrâneo, quando os romanos completaram o processo de conquista da península Itálica. Cartago era uma próspera cidade comercial, que possuía colônia no norte da África, na Sicília, na Sardenha e na Córsega. Era, portanto, uma forte corrente dos romanos. Para impor sua hegemonia comercial e militar nas regiões do Mediterrâneo, os romanos precisavam derrotar Cartago. Após batalhas violentas, desgastantes e com duras perdas, os romanos conseguiram arrasar Cartago em 146 a C.

• Expansão pelo mundo antigo - eliminada a rival (Cartago), os romanos abriram caminhos para a dominação das regiões do Mediterrâneo ocidental (península Ibérica, Gália) e oriental (Macedônia, Grécia, Ásia Menor). O mar Mediterrâneo foi inteiramente controlado pelos romanos, que o chamavam de mare nostrum ("nosso mar").

 

CONSEQÜÊNCIAS DAS CONQUISTAS MILITARES

 

As conquistas militares acabaram levando à Roma as riquezas dos países dominados. O estilo de vida romana, antes simples e modesto, evoluiu em direção ao luxuoso, ao requintado, ao exército. A elevação do padrão e do estilo de vida romano refletia-se nas construções, que eram privilégios de uma minoria de patrícios e plebeus ricos.

No plano cultural, as conquistas militares colocaram em contato com a cultura de outras civilizações. Nesse estilo, deve-se destacar a grande influência dos gregos sobre os romanos. A sociedade também sofreu transformações. Os ricos, nobres romanos, em geral pertencentes ao Senado, tornam-se donos de grandes latifúndios, que eram cultivados pelos escravos. Obrigados a servir no exército romano, muitos plebeus regressaram à Itália de tal modo empobrecidos que, para sobreviver, passaram a vender seus bens. Sem terras, inúmeros camponeses plebeus emigraram para a cidade, engrossando a massa de desocupados, pobres e famintos.

 

 

CRISE E FIM DA REPÚBLICA

 

O aumento da massa de plebeus pobres e miseráveis tornava cada vez mais tensa a situação social e política de Roma. A sociedade dividia-se em dois grandes polos. De um lado, o povo e seus líderes, que reivindicavam reformas sociais urgentes. De outro, a nobreza, formada por comerciantes abastados e grandes proprietários rurais.

 

A REFORMA DOS GRACO

 

Diante do clima de tensão, os irmãos Tibério e Caio Graco, que eram tribunos da plebe, tentaram promover uma reforma social (133 - 132 a.C.) para melhorar as condições de vida da massa plebeia. Entre outras medidas, propuseram a distribuição de terras entre os camponeses plebeus e limitações ao crescimento de latifúndios. Sofreram então forte oposição do Senado romano. Acabaram sendo assassinados a mando dos nobres, que se sentiram ameaçados pelo apoio popular que os irmãos vinham recebendo. Fracassadas as reformas sociais dos irmãos Graco, a política, a economia e a sociedade romanas entraram num período de grande instabilidade.

 

A TRANSIÇÃO PARA O IMPÉRIO

 

Com o agravamento da crise, tradicionais instituições foram questionadas, e um clima de desordem e agitação foi tomando conta da vida das cidades. Diversos chefes militares entraram, sucessivamente, em luta pelo poder, marcando o processo de transição para o império. Entre os principais acontecimentos desse processo destacam-se:

• Em 107 a.C., o general Caio Mário tornou-se cônsul. Reformou o exército instituindo o pagamento de salário (soldo) para os soldados.

• Em 82 a.C., o general Cornélio Sila, representando a nobreza, derrotou Caio Mário e instituiu um governo ditatorial. Em 79 a.C., Sila foi forçado a deixar o poder devido ao seu estilo antipopular de governo, pois a situação social estava incontrolável.

• Em 60 a.C., estabeleceu-se o Primeiro Triunvirato*, formado por Pompeu, Crasso e Júlio César, para governar Roma. Pouco tempo depois de assumir o poder, Crasso foi assassinado. Surgiu, então, séria rivalidade entre Pompeu e Júlio César. César saiu vitorioso e tornou-se ditador supremo de Roma. Promoveu, durante seu governo, diversas reformas sociais para controlar a situação. Em 44 a.C. foi assassinado por uma conspiração organizada por membros do Senado.

• Em 43 a.C., estabeleceu-se o Segundo Triunvirato, composto por Marco Antônio, Otávio e Lépido. O poder foi dividido em três: Lépido ficou com os territórios Africanos, mas depois foi forçado a retirar-se da política; Otávio responsável pelos territórios ocidentais; e Marco Antônio assumiu o controle dos territórios do oriente. Surgiu imensa rivalidade entre Otávio e Marco Antônio, que se apaixonara pela rainha Cleópatra, do Egito. Declarando ao Senado que Marco Antônio pretendia formar um império no oriente, Otávio conseguiu o apoio dos romanos para derrotá-lo. Assim, tornou-se o grande senhor de Roma.

 

IMPÉRIO

APOGEU E QUEDA DE ROMA

 

A partir de 27 a.C., Otávio foi acumulando poderes e títulos, entre eles o de Augusto* e o de Imperador. Otávio Augusto tornou-se, na prática, rei absoluto de Roma. Mas, assumiu oficialmente o título de rei e permitiu que as instituições republicanas (Senado, Comício Centurial e Tribal etc)

continuassem existindo na aparência.

 

ALTO IMPÉRIO (27 a.C. - 235 d.C.)

 

O Alto Império foi a fase de maior esplendor desse período. Durante o longo governo de Otávio Augusto (27 a.C. - 14 a.C.), uma série de reformas sociais e administrativas foram realizadas. Roma ganhou em prosperidade econômica. O exército foi ainda mais profissionalizado. O imenso império passou a desfrutar um período de paz e segurança, conhecido com Pax Romana. Após a morte de Otávio Augusto, o trono romano foi ocupado por vários imperadores que podem ser agrupados em quatro dinastias:

• Dinastia dos Júlio - Claudius (14 a.C. – 68 d.C.) - Tibério, Calígula, Cláudio e Nero;

• Dinastia dos Flávios (69 d.C. – 96 d.C.) - Vespasiano e Domiciano;

• Dinastia dos autoninos (96 d.C. – 192 d.C.) - Nerva, Trajano, Adriano, Marco Aurélio, Antinino Pio e Cômodo;

• Dinastia dos servos (193 d.C. – 235 d.C.) - Sétimo Severo, Caracala Macrino, Heliográbalo e Severo Alexandre;

 

BAIXO IMPÉRIO ( 235 d.C. – 476 d.C.)

 

O Baixo Império corresponde à fase final do período imperial. Costuma ser subdividido em:

• Baixo Império pagão (235 d.C. – 305 d.C.) - período em que dominavam as religiões não cristãs. Destacou-se o reinado de Diocleciano, que dividiu o governo do enorme império entre quatro imperadores (retrarquia) para facilitar a administração. Esse sistema de governo, entretanto, não se consolidou.

• Baixo Império Cristão (306 d.C. – 476 d.C.) - nesse período, destacou-se o reinado de Constantino, que através do Edito de Milão, concedeu liberdade religiosa aos cristãos. Consciente dos problemas de Roma, Constantino decidiu mudar a capital do Império para a parte oriental. Para isso, remodelou a antiga Bizâncio (cidade fundada pelos gregos) e fundou Constantinopla, que significa "cidade de Constantino".

 

CRISE DO IMPÉRIO

 

O Baixo Império foi sendo corroído por uma longa crise social, econômica e política. Entre os fatores que contribuíram para essa crise, destacam-se:

• elevados gastos públicos para sustentar a imensa estrutura do exército e da burocracia administrativa;

• crescimento do número de miseráveis entre a plebe, os comerciantes e os camponeses;

• desordens sociais e políticas provocadas por rebeliões tanto das massas internas quanto dos povos submetidos.

Agravando ainda mais essa situação social e econômica, os romanos tiveram que enfrentar a pressão dos povos bárbaros* que invadiram suas fronteiras. Além disso, Roma havia incorporado muitos bárbaros a seu exército como mercenários*. Chegou um momento em que os romanos perceberam que os soldados encarregados de defender Roma vinham dos próprios povos contra os quais eles (romanos) combatiam.

 

DIVISÃO DO IMPÉRIO

 

Com a morte de Teodósio, em 395 d.C., o grande Império Romano foi dividido em Império Romano do Ocidente, com sede em Roma; e Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla. A finalidade dessa divisão era fortalecer cada uma das partes do império para vencer a ameaça das invasões bárbaras. Entretanto, o Império Romano do Ocidente não teve organização interna para resistir aos sucessivos ataques desses povos. Em 476 d.C., o último imperador de Roma, Rômulo Augusto, foi disposto por Odoacro, rei de Hérculos, um dos povos bárbaros. Quanto ao Império Romano do Oriente, embora com transformações, sobreviveu até 1453, ano em que os turcos conquistaram Constantinopla.

 

PRODUÇÃO ECONÔMICA

A FORÇA ESCRAVA NA CONSTRUÇÃO DO GRANDE IMPÉRIO

 

Da mesma maneira em que na Grécia, em Roma predominou o modo de produção escravista. O escravismo desenvolveu-se em Roma principalmente a partir da República, pois, com a expansão militar, grande parte dos prisioneiros foi transformada em escravos. O escravo realizava inúmeros trabalhos nos mais diversos setores da economia, agricultura, artesanato, comércio, minas, pedreiras e serviços especializados, como o de músico, professor etc. Assim, o cidadão, senhor dos escravos, ficava com tempo livre para as atividades administrativas, a diversão e o descanso (ócio).

 

PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS

 

Nos cinco primeiros séculos de sua história, a agricultura e a criação de animais foram as principais atividades econômicas dos romanos. O trigo e a videira eram os produtos mais cultivados. No período republicano, as conquistas militares trouxeram a expansão territorial, o contato com novos povos e o desenvolvimento do comércio. Conquistando Cartago, os romanos dominaram as rotas marítimo-comerciais do Mediterrâneo, que se tornou o principal elo de ligação comercial do mundo antigo. No período imperial, Roma tornou-se o centro dominador da Antiguidade. O Império atingiu cerca de 3,5 milhões de quilômetros quadrados, com uma população total de mais de 70 milhões de habitantes.

A atividade desenvolveu-se intensamente, sendo impulsionada por fatores como, a criação de uma moeda comum, válida nas diferentes regiões, a generalização das regras do direito romano e a construção de inúmeras estradas ligando os diversos pontos do império, para facilitar, entre outras coisas, o escoamento dos produtos. Com o crescimento comercial, intensificou-se a produção artesanal, destacando-se artigos como vasos cerâmicos, vidros, objetos de bronze e ferro etc.

 

INTERCÂMBIO COMERCIAL

DE UMA PONTA A OUTRA DO MEDITERRÂNEO

 

Nos dois primeiros séculos de nossa era, o império conheceu o seu período de glória: as províncias desfrutavam de paz, desenvolveu-se a agricultura, a indústria e o comércio. As mercadorias eram trocadas de uma ponta a outra do Mediterrâneo. Exploravam-se minas de ouro e prata na Espanha, Dácia e Bretanha (Inglaterra de hoje). O Egito era o celeiro do trigo do império. Armazenavam-se, em Alexandria, as riquezas vindas da Índia (algodão, especiarias, pérolas e pedras preciosas), da Arábia (mirra, incenso e alabastro) e da longínqua e misteriosa China (sedas). A Gália enviava para a Itália seus cavalos, produtos alimentícios e tecidos. Roma recebia, ainda, trigo da África, mármores preciosos da Numídia, da Síria e Ásia Menor. ]

 

 

HERANÇA CULTURAL ROMANA

CULTURA ROMANA

 

Assimilação e aperfeiçoamento de elementos culturais Com as conquistas militares, os romanos entraram em contato com diversos povos, dos quais absorveram e desenvolveram muitos elementos culturais, principalmente dos gregos. O poeta romano Horácio (65 - 8 a.C.) lembrava: Vencidas pelas armas, a Grécia acabou conquistando seu rude vendedor. Os romanos deixaram belíssimas obras arquitetônicas. Foram responsáveis pela difusão do cristianismo e pelo surgimento de idiomas derivados do latim. Deles herdamos a concepção fundamental do direito e textos clássicos de poetas e escritores. Origem do mecenato Não era apenas através da força que os dominantes de Roma queriam impor-se aos povos conquistados. Desejavam, também, ser vitoriosos e grandes no plano cultural. O anseio de Roma por projeção cultural foi também compreendido por Otávio Augusto, que durante seu governo (27 a.C. - 14 d.C.), incentivou uma política de proteção a artistas e intelectuais. O objetivo dessa política cultural era estimular a produção de obras que exaltassem a glória de Roma e de seu governo. Durante o século de Augusto encontramos ricos cidadãos, como o célebre Mecenas, que concedia proteção a diversos artistas e intelectuais. Os poetas Virgílio, Horácio e Ovídio e o historiador Tito Lívio são exemplos de responsabilidades favorecidas por esse tipo de proteção. Do nome Mecenas originou-se o termo mecenato, que designa "a atividade de proteção às artes e às ciências".

 

DIREITO E ARTES

Grandes heranças culturais

 

Do contato com diferentes povos, os romanos assimilaram elementos culturais variados. Retrabalharam esses elementos, acrescendo-lhes características próprias. Entre essas características, destaca-se a organização social, que se refletiu no Direito, e o senso prático, que se refletiu nas Artes.

 

Direito

O direito é uma das grandes contribuições legadas pelos romanos à civilização ocidental. Desenvolveu-se em Roma, pois uma das preocupações básicas do Estado era regular, por meios de normas jurídicas, o comportamento social de numerosas populações do império. Podemos dividir o direito romano em dois ramos fundamentais: direito público (ius publicum), que se referia às relações jurídicas em que o estado atua como parte, e direito privado (ius privatum), que se referia às relações jurídicas entre particulares. Essa classificação ainda é utilizada em nossos dias, da mesma forma que muitos preceitos do direito romano constituem fonte de inspiração para juristas modernos. Até hoje, é frequente advogados e juízes citarem frases latinas, que refletem princípios formulados na antiga Roma.

 

Artes

Na grande produção artística de Roma destacam-se as áreas de literatura, arquitetura e escultura.

• Literatura - destacam-se os escritores e poetas como Virgílio (Eneida), Horácio, Ovídio, Cícero, Catulo e o historiador Tito Lívio.

• Arquitetura - imponente e grandiosa foi a arquitetura produzida por Roma. Preocupada com o caráter funcional, soube aliar beleza e utilidade na construção dos mais variados edifícios: teatros, basílicas, aquedutos, circos, templos religiosos, palácios. Nessas construções, arcos, abóbadas e cúpulas consagravam o aspecto monumental da obra.

• Destacam-se também as belas e eficientes estradas e pontes que interligavam as mais diversas regiões do império, facilitando o trânsito de pessoas e tráfego mercantil.

 

Escultura - destacam-se os retratos (cabeça ou busto) e as estátuas equestres. Os escultores preocupavam-se em conseguir a reprodução mais fiel possível da realidade e não a idealização de modelos, como faziam os gregos.

 

PÃO E CIRCO

 

Formas de controlar a tensão popular Roma foi uma das maiores cidades do mundo antigo. No século II, ela contava com cerca de 1.200.000 habitantes. Para manter sob controle essa grande massa populacional, constituída por muitos desocupados que viviam pelas ruas, as autoridades romanas distribuíram alimentos periodicamente (o pão) e promoviam diversos espetáculos públicos (o circo). Assim, "pão e circo" era a fórmula utilizada para controlar o povo. Eram tantas as festas e espetáculos que o calendário romano chegou a ter 175 feriados por ano. Os gladiadores fazem o espetáculo Entre os espetáculos mais populares estava as lutas contra animais ferozes e os combatentes entre gladiadores. Os gladiadores eram, normalmente, escravos ou prisioneiros de guerra treinados em escolas especiais de lutas (ludus gladiatourius). No final de cada luta, vários escravos limpavam a arena, recolhendo os cadáveres com ganchos. Um dos anfiteatros mais utilizados para esses espetáculos violentos foi o Coliseu, que tinha capacidade para abrigar quase 90 mil espectadores.

 

O circo e o teatro

Além das lutas de gladiadores, os romanos adoravam os espetáculos de circo e de teatro. Nos circos, os romanos assistiam a acrobacia realizada por ginastas e equilibristas. Havia também corridas de cavalos atrelados a carruagens. No circo máximo de Roma, aproximadamente 50 mil pessoas podiam assistir a essas corridas e fazer apostas. Nos teatros, os romanos assistiam a peças dos mais variados gêneros: sátiras, tragédias, pantomimas. Entre os grandes autores do teatro romano destacam-se: Plauto Terêncio, Lívio Andrônico etc.

 

RELIGIÃO

Do politeísmo ao deus único

Os romanos eram politeístas, adoravam uma grande quantidade de deuses. Assimilaram dos gregos uma série de divindades que, exceto Apolo, foram rebatizadas com nomes latinos. Interpretando a vontade dos deuses, os sacerdotes apontavam o que era lícito, em termos de comportamento público. Essa interpretação, porém, era manipulada ao sabor dos interesses das classes dominantes. A religião era um dos fundamentos do Estado romano, sendo utilizada em termos políticos.

No período imperial, passou-se a venerar a figura do imperador, que depois da morte ocupava lugar entre os deuses tradicionais (apoteose). Cristianismo Durante o reinado do imperador Augusto (27 a.C. - 14 d.C.), nasceu na província romana de Belém, na Galileia, Jesus Cristo. Ao completar 30 anos, Jesus percorreu a Palestina, pregando ao povo uma nova doutrina religiosa – o cristianismo – que se baseava na crença no deus único. Anunciou que era o messias, enviado por Deus. Depois da morte de Jesus, sua doutrina foi, aos poucos, sendo difundida pelo Império Romano através da pregação de seus discípulos. Era uma doutrina que, devido à sua mensagem de esperança na vida eterna, alcançava grande aceitação entre as camadas pobres e de escravos da sociedade. O martírio dos cristãos Durante o governo de Nero (54 a.C. – 68 d.C.), tiveram início as primeiras perseguições aos cristãos. Essas perseguições perduraram, de forma intermitente, até o governo de Diocleciano, que promoveu a última e mais cruel delas (303 - 305). São muitas as causas que explicavam o combate violento aos cristãos. Dentre elas, destacam-se:

• a oposição dos cristãos à religião oficial de Roma, aos cultos pagãos tradicionais e ao culto à pessoa do imperador romano;

• a negação da religião oficial implicava na oposição a diversas instituições romanas como, por exemplo, a recusa a servir no exército pagão romano. A punição sangrenta aos cristãos era aproveitada como um espetáculo trágico, que divertia os pagãos. Lançados numa arena, os cristãos eram obrigados a enfrentar, desarmados, leões e outras feras. O martírio dos cristãos tornou-se um espetáculo de grande atração pública. O fim da perseguição Apesar dos anos de perseguição, o cristianismo conseguiu sobreviver e conquistar um número crescente de adeptos. Com as crises sócio-econômicas de Roma, que se intensificaram a partir do século III, muitas pessoas das classes dominantes converteram-se ao cristianismo. Paralelamente a esse processo, a perseguição aos cristãos foi tornando-se cada vez mais branda. Em 313, o imperador Constantino, que se convertera ao cristianismo, concedeu liberdade religiosa ao todo o Império Romano, através do Egito de Milão. Assim, cristãos puderam construir suas igrejas e celebrar publicamente seu culto. Posteriormente, em 391, o cristianismo tornou-se a religião oficial de Roma e organizou-se a igreja Católica, que construiu hierarquia tendo como modelo a estrutura administrativa do império.

 

 

Bibliografia:

Cotrim. Gilberto. História Geral e do Brasil. Ed. Moderna. SP: 2005

 

AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA

 

Flashaml: 03/11/2014

02:47 AM